12 de março de 2011

TPD de qual porcentagem você faz parte?

Por Erika Leite

Alguns estudos são feitos através de artigos científicos e defesa de tese, alertando os TPDs e Laboratórios, sobre a falta de conhecimento e desenvolvimento de condutas, visando Segurança da equipe odontológica.
Uma boa parte destes trabalhos, aponta existir a possibilidade de contaminação durante a manipulação das peças protéticas, por conter em algumas ocasiões, sangue ou saliva (em trabalhos enviados ao laboratório), bem como, existe uma grande quantidade de micro-organismos presente na Pedra Pomes utilizada por nós no polimento dos trabalhos ,que em grande parte não é descartada com frequência do recipiente de polimento.
Alguns profissionais protéticos não acreditam existir possiblidade de contaminação por não ter contato direto com paciente, acham moldes contendo saliva e sangue “coisa normal”, já que a olho nu não é possível visualizar o que pode estar presente nestes moldes, o contato diário com modelos de gesso tornar-se tão rotineiro que se acostuma com aquilo tudo e acabam tendo a sensação de que é inofensivo. 
A preocupação geralmente é com limpeza de fuligem de metal e restos de gesso no ambiente de trabalho, limpeza executada muitas vezes, com material de limpeza doméstica, não desinfetante especifico a Área da Saúde.



Um artigo publicado em revista cientifica avaliou através de questionários 30 laboratórios de Prótese na região de São José dos Campos e Jacareí, ao final da pesquisa concluiu que simplesmente 70,8% dos avaliados não acreditam que possa haver transmissão, infecção cruzada consultório x laboratório. Dos entrevistados:   40% não lavam nem desinfetam instrumentais, em nenhum momento dos procedimentos, nem após prova em boca.  60% lavam as mãos ao entrar ou sair do lab. (e durante o restante do dia?).  70% não faz nenhum procedimento de desinfecção nos trabalhos provados em boca.  50% foram imunizados contra Hepatite B.

Analisando estes dados:
Temos as mesmas atitudes que os Tpds entrevistados?
Pensamos da mesma maneira, não acreditamos na contaminação Consul x Lab, ou Lab x Consul?
 Se pensarmos igual, o que nos leva a acreditar nisso?
 Já lemos algum artigo ou pesquisa indicando que isso não pode ocorrer?
Será pq não conhecemos ninguém que tenha ficado doente ou adquirido algum tipo de doença ocupacional como protético? Ou de repente conhecemos alguém, mas não associamos que esta ou aquela doença poderia ter sido contraída em ambiente de trabalho?

Temos a “mania” de ao invés de prevenção, tomar atitudes somente quando temos realmente um problema, e ainda corremos o risco de se adquirirmos algo, veja não que vá acontecer que fique claro, PODE acontecer, existe a possibilidade, amenizada ou descartada, se olharmos a este ponto no nosso laboratório com olhar crítico e tomar as devidas precauções.
Comunicação, leitura, aprofundar conhecimento, tudo isso faz parte de nossa profissão, sendo assim, cabe a nós procurar informações, existem vários trabalhos publicados orientando e dizendo existir a possibilidade de contaminação, orientando como devemos proceder, mudar rotina, implantar procedimentos, fazer algum treinamento se necessário.

Tudo depende da mudança de ATITUDE.

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FONTE: 
Majewski, Koga-Ito, Junqueira, Jorge. Avaliação das condutas de biossegurança
aplicadas em laboratórios de prótese dentária.

http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/biociencias/article/viewFile/169/135