Mais uma convidada escreve ao nosso blog, apreciem !
por Sheila Oliveira Correa
O Técnico em Prótese Dentária tem
um papel fundamental na área odontológica. Com arte e técnica, juntamente com o
Cirurgião-dentista, é capaz de devolver função e auto-estima aos pacientes. É
uma profissão de grande importância e responsabilidade, pois necessita realizar
todo um trabalho, sem contato com o paciente e somente com as informações que
lhes são passadas.
Ser TPD é mais que habilidade e
destreza! O profissional necessita de outras qualificações, conhecer
legislação, direitos e deveres, saber seus limites de atuação e,
principalmente, os cuidados que deve tomar com sua saúde, de sua equipe, dos
clientes (os CDs) e os pacientes que receberão os trabalhos.
Vivemos num mundo onde, qualidade
de vida está diretamente relacionada com atividade laboral. Passamos a maior
parte de nossas vidas no ambiente de trabalho e, este, deva ser agradável,
limpo, organizado, o menos barulhento possível, com uma equipe comprometida com
o sucesso dos trabalhos, mas acima de tudo livre de riscos.
Quando se fala em riscos, o
laboratório de prótese dentária é um local que pode gerar muitos deles. Muitas
tarefas são perigosas, mas os riscos podem existir ou não, e numa escala menor
ou maior, caso não adotemos medidas de prevenção ou minimização destes.
E como prevenir estes riscos ou
diminuí-los? Na escola! Isso mesmo! Na formação do profissional. Não vejo meio
mais adequado... Não é comum na grade curricular das escolas a presença de uma
disciplina que trate do assunto. Sou docente em uma escola técnica, em Santos,
e além de lecionar Biossegurança para TSBs (Técnico em Saúde Bucal), leciono
para TPDs. Foi e está sendo um desafio, pois o perfil deste profissional é um
pouco diferenciado e, não é fácil fazer com que ele entenda que, tão importante
quanto saber a melhor técnica de trabalho com porcelanas, é fazê-lo com
segurança e tranquilidade. Para ele, muitas vezes, acaba ficando em segundo
plano.
Um dos pontos a ser discutido, é
que quando se fala em trabalhar a disciplina Biossegurança para TPDs, devemos
ter em mente que é uma abordagem totalmente diferente, uma vez que este
profissional não tem atuação direta com o paciente, mas que indiretamente pode
ocasionar o que chamamos de infecção cruzada, através dos trabalhos protéticos.
Além disso, os riscos de
acidentes são iminentes e, para prevení-los, deve-se usar os EPIs adequados e
manter instalações físicas de acordo com a legislação vigente.
Devemos cada vez mais valorizar a
categoria, exigir que as instituições de ensino abordem, de alguma forma, estes
assuntos, orientando os ingressantes nos cursos e atualizando os profissionais
em exercício. Lembremo-nos, que a Educação Continuada é uma necessidade
presente em qualquer categoria e os TPDs não poderiam ser excluídos.
É um trabalho de “formiguinha”,
mas o importante é acreditar e não desistir. Afinal, o educador só é o que é,
pois acredita que com informação, posturas são modificadas frente às diversas
situações.
Falaremos mais sobre o assunto
numa próxima publicação. Aguardem!!!
Dra. Sheila Oliveira Correa é bacharel em Odontologia, formada pela
UMESP - Universidade Metodista de São Paulo.
Especialista
em Saúde Coletiva pela
Faculdade de Odontologia e Centro de Pós-graduação São Leopoldo Mandic.
Cirurgiã-dentista
da Estratégia de Saúde da Família, na APS Santa Marcelina, em São Paulo.
Docente
da disciplina de Biossegurança para ASBs, TSBs e TPDs.
Presidente
da Comissão Interna de Biossegurança da Associação dos Cirurgiões Dentistas da
Baixada Santista.